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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

CUT, COB E UGT da Espanha discutem migração de trabalhadores da



Estive participando representando a CUT de MS. Vale apena ser solidário a esta causa:


A imigração de trabalhadores bolivianos para o Brasil é para outros países.
da América Latina e Europa foi de encontro desde quinta-feira (18.08 até
sábado (20.08), em Puerto Quijarro. O evento envolveu dirigentes sindicais
da Central Operaria Boliviana - COB, a Central Única dos Trabalhadores -
CUT do Brasil, UGT da Espanha, por meio do Instituto Sindical de Cooperação
e Desenvolvimento, dentro do programa Trabalho Solidário.
Esta e a primeira iniciativa de entidades sindicais dos trabalhadores para
alinhavar ações conjuntas de lutas e identificar as causas e conseqüências
do fluxo migratório de operários dos distritos e departamentos da faixa de
fronteira para cidades com São Paulo e outros países, como a Espanha.



A comunidade de trabalhadores Bolivianos só no Brasil já ultrapassa a 500 mil
operários, concentrados principalmente no setor de confecção ou de serviços
domésticos. A Estimativa de imigração em todo o mundo, segundo dados
extra-oficiais, já supera 2,5 milhões de pessoas.
No transcorrer do evento apoiado pelo Ministério de Relação Exteriores da Espanha foram discutidas uma agente positiva de trabalho que fortaleça a organização dos trabalhadores bolivianos na região da grande São Paulo.


O desenvolvimento freado, a falta de empregos e de qualificação técnica profissional foram apontados pelos sindicalistas e dirigentes populares bolivianos como a principal causa da imigração.



Como exemplo, citaram a instalação da Mineradora Mutun, em Puerto Soares, que não amenizou a situação do desemprego na região, pois das 2 mil vagas acordadas pelo grupo indiano com o Governo Boliviano sobraram aos moradores das províncias da região somente os empregos terceirizados, de baixo salários, pois não foi implantado um plano de capacitação profissional prévia de mão-de-obra.


Os dirigentes reivindicam também a formatação de acordo bilateral que garanta o cumprimento dos direitos trabalhistas e de melhores condições de trabalho aos imigrantes bolivianos que deixam seus países, filhos e familiares em busca de emprego e qualidade de vida no Brasil e na Europa. "Não temos alternativa, ou imigramos ou somos obrigados a ver nossos filhos envolverem-se com narcotráfico para garantir sua sobrevivência", reclama uma dirigente popular boliviana.


Os imigrantes também cobram de ambos os Governos, brasileiro e boliviano, a implantação de políticas publicas que levem ao desenvolvimento econômico e social dos departamentos localizados na faixa de fronteira. Umas das alternativas apontadas a curto prazo é a celebração de convênios bilaterais que garantam acesso de estudantes bolivianos a cursos técnicos da rede
federal de ensino brasileira .


Os sindicalistas bolivianos defendem também a aproximação política com sindicalistas de Mato Grosso do Sul e do Brasil, no sentido de trocar experiências e lutas conjuntas para o cumprimento dos direitos trabalhistas, implantação do sistema Previdência e Seguridade Social na Bolívia, fortalecimento da agricultura familiar, melhoria da condições de trabalho no setor mínero-siderúrgico, organização sindical no setor público e investimentos conjuntos em infra-estrutura, com o asfaltamento da La Carretara, obra em andamento em que uma empreiteira brasileira desrespeita direitos trabalhistas, de liberdade sindical e indenizatórios dos
bolivianos.


Outras proposta apresentada é a discussão sobre o modelo desenvolvimento econômico da região pantaneira e da faixa de fronteira. Nela predomina o comércio informal de produtos importados, o modelo da monocultura da soja na região de Santa Cruz da La Sierra, a concentração fundiária na pecuária extensiva, empregos em atividades primárias como frigorífico e mineração e mais recentemente, em Mato Grosso do Sul, a produção de cana de açúcar e florestas de eucalipto, setores que além de pagarem baixos salários, predomina a exploração excessiva de mão-de-obra, além de passar pela mecanização, eliminando mão-de-obra e que requer melhor qualificação
profissional.



As centrais sindicais também apontaram para a realização de uma nova rodada, prevista para outubro, em Santa Cruz da La Sierra, cujo o tema será a organização e direitos do servidores publico e outro seminário sobre experiência no setor de qualificação profissional e agricultura familiar.

Gerson Jara
Assessoria de imprensa sindical- CUT-MS