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segunda-feira, 16 de março de 2015

Protestos abrem janela para Dilma aprofundar compromissos com sua base social


É salutar para a democracia os protestos de 15 de Março. Agora não dá para agradar gregos e troianos. Em que pese meia dúzia de bandeiras propositivas ficou marcado ódio contra o PT, Lula e Dilma e protesto daqueles que ainda não aceitaram a derrota nas urnas. 
Alimentados pelo cenário verde amarelo da Globo, sonegadora oficial de impostos e há três meses sem anúncio publicitário do Governo, de forma tendenciosa ela assume o comando das mentes de milhões de brasileiros, com o respaldo das rede comunicação concessionada do Estado, cuja as outorgas deviam ser revistas e se arrastam aos de Chumbo. Afinal a mobilização de domingo foi amplamente apoiada pela mídia, por horas e horas de programação, enquanto as manifestações de 13 de março solapas em flashes rápidos e números abaixo do real.
Nos protestos vi muita gente bonita, a maioria branca, cabelos sedosos e com luzes, celulares de última geração, motos acima de 250 cilindradas, veículos camionete e caminhões, boa parte financiados pelo Banco Brasil a juros subsidiados.
A cara do povo sofrido, negros, tranvestis, mulheres com a cara surrada pela proeocupação, rasgadas pelas rugas de ano de exploração e má remuneração, estavam ausente. Elas sim poderiam bater panela, mas boa parte agora tem emprego e conseguem manter sua dignidade, mais ainda ressentem a da mão do Estado no bom atendimento e educação, com igualdade de oportunidade.
A nova clásse média dá o grito, e com toda razão. Chegou o momento histórico de se discutir o financiamento do Estado e aí está missão Congresso, onde a mesma elite é maioria, e duvido que queiram mudar mesmo as regras da democracia ou pesada carga tributária, pois há 15 anos, esta matéria tramita na Câmara dos Deputados e no Senado.
Mais uma vez, o protesto tem o lado bom,a oportunidade, da Presidenta Dilma jogar a responsabilidade de colocar o bode na sala do Congresso,vistos que as principais reformas necessárias para mudar a face justa do País e combater a corrupção, estão engavetadas após as jornadas de julho.
Além disso, cabe a equipe de Governo outro desafio, construir novos parâmetros para a construção da Governabilidade, calcada em uma agenda política, pois a feita com o PMDB já esgotou, pois a legenda flerta de dia com o Governo e por baixo articula o golpe branco, na tentativa de colocar Michel Temer no comando da Nação, em conluio com a Maçonaria.
Para sobreviver, além das ditas reformas, o Governo petista tem que restabelecer uma nova base de apoio e alianças, pois até o momento as medidas adotadas sacrificam os trabalhadores e poupam os especuladores e os grandes grupos econômicos, por meio de renúncias fiscais bilionárias e empréstimos a juros baixos e a longuíssimo prazo.
Agora chegou de fazer a lição de casa, restabelecer os compromissos com sem-teto, sem-terra, demarcar as terras indígenas, investir maciçamente na educação, por fim ao fator moderador, reduzir os juros, aumentar o valor do salário mínimo, inverter a lógica perversa de cobrança de imposto, alem de usar os aparatos de fiscalização do  Estado para prender quem sonega e desvia dinheiro do Estado, sem o jeitinho brasileiro.

O compromisso do Governo Dilma, a partir de agora, tem que ser com quem a elegeu. Os outros, são outros e só.