Como jornalista e militante político acompanhei nos bastidores a carreira, ascenção e queda de Alcides Bernal na conquista da Prefeitura de Campo Grande. Inclusive colaborei na construção de seu projeto, trabalhando com assessor de imprensa ate três dias antes de se desicompatalizar para disputar o cargo. Depois disso cada um seguiu seu rumo.
Acredito que se tivesse considerado algumas recomendações presentes no Livro "O Príncipe", de Maquiavel, bíblia da sociologia política, não teria cometido uma sucessão de equívocos dosadas por uma personalidade complexa, com fortes traços de desconfiança e de soberba.
Maquiável recomenda que o Rei deve primeiro fortalecer seu exército, ser generoso e não menosprezar os adversários.
A última eleição para Governador já havia indicado um certo desgaste da atual administração peemedebista no Estado, quando saindo do ostracismo, o atual vereador Zeca do PT, conseguiu obter cerca de 43% dos votos válidos.
Nesta eleição enfrentou duas máquinas poderossíma: o Estado e Prefeitura de Campo Grande. Mais uma candidatura competitiva poderia ter levado o pleito para o segundo turno e mudar o rumo do comando do Palácio de Poderes.
O saldo eleitoral apontou a tendência do eleitorado de Campo Grande por mudança. Neste vácuo surgiu o nome de Alcides Bernal, deputado estadual mais votado da coligação encabeçada por Zeca do PT e que capitalizou eleitoralmente a incapacidade da então direção do PT e de suas lideranças de apresentar uma candidatura nova para prefeitura de Campo Grande, capaz de seduzir o eleitorado, mesmo diante de o desgaste enfrentado nacionalmente pela legenda no caso "Mensalão".
A turbulência no projeto de Bernal iniciou quando começou a disputar o comando do PP com outras lideranças mais antigas da legenda, Luiz Pedro e Paulo Mattos, por ironia, os algozes que protocolaram o pedido de instalação da CPI processante.
Os equívocos continuaram quando isolou politicamente o ex-chefe de gabinete, César Afonso, depondo-o da presidência do PP de Campo Grande e seu ex-assessor jurídico, o advogado, Rubens Cleyton, preteridos do quadro administrativo de confiança. Além disso, desconsiderou a importância política de Aldo Olarte, isolado, sem gabinete, sem função e que também foi agraciado com os 170 mil votos dados pelos eleitores, inclusive do PT, PSDB e independentes.
Acredito que se tivesse considerado algumas recomendações presentes no Livro "O Príncipe", de Maquiavel, bíblia da sociologia política, não teria cometido uma sucessão de equívocos dosadas por uma personalidade complexa, com fortes traços de desconfiança e de soberba.
Maquiável recomenda que o Rei deve primeiro fortalecer seu exército, ser generoso e não menosprezar os adversários.
A última eleição para Governador já havia indicado um certo desgaste da atual administração peemedebista no Estado, quando saindo do ostracismo, o atual vereador Zeca do PT, conseguiu obter cerca de 43% dos votos válidos.
Nesta eleição enfrentou duas máquinas poderossíma: o Estado e Prefeitura de Campo Grande. Mais uma candidatura competitiva poderia ter levado o pleito para o segundo turno e mudar o rumo do comando do Palácio de Poderes.
O saldo eleitoral apontou a tendência do eleitorado de Campo Grande por mudança. Neste vácuo surgiu o nome de Alcides Bernal, deputado estadual mais votado da coligação encabeçada por Zeca do PT e que capitalizou eleitoralmente a incapacidade da então direção do PT e de suas lideranças de apresentar uma candidatura nova para prefeitura de Campo Grande, capaz de seduzir o eleitorado, mesmo diante de o desgaste enfrentado nacionalmente pela legenda no caso "Mensalão".
A turbulência no projeto de Bernal iniciou quando começou a disputar o comando do PP com outras lideranças mais antigas da legenda, Luiz Pedro e Paulo Mattos, por ironia, os algozes que protocolaram o pedido de instalação da CPI processante.
Os equívocos continuaram quando isolou politicamente o ex-chefe de gabinete, César Afonso, depondo-o da presidência do PP de Campo Grande e seu ex-assessor jurídico, o advogado, Rubens Cleyton, preteridos do quadro administrativo de confiança. Além disso, desconsiderou a importância política de Aldo Olarte, isolado, sem gabinete, sem função e que também foi agraciado com os 170 mil votos dados pelos eleitores, inclusive do PT, PSDB e independentes.
No jogo de xadrez poderia ter dado o check mate nomeando-o com Secretário de Governo e que poderia abrir um bloco político dentro da Câmara a partir das articulações dos ex-vereador que conhecia muito bem os seus pares, "negócios", interesses políticos e pessoais.
Nesta trajetória de ego e alter rego a situação de Bernal ficou mais grave em razão da dificuldade de trabalhar em equipe, estruturar uma equipe competente já na fase de transição, capaz de elaborar cenários, o plano B e as prioridades em todas as áreas da administração, desmontando por dentro, a médio prazo, os vícios seculares herdados da ex-administração.
Tudo isso, aliado a capacidade de estruturar uma nova forma de governar com os setores organizados da sociedade e a comunidade, como o orçamento participativo, capaz de aumentar a pressão popular sobre o legislativo municipal e fazer a fórceps construir uma maioria.
A desconfiança nos pares e aliados, somada a demora nas decisões de governar, generosamente, inviabilizou a construção de um bloco majoritário, pois com 10 vereadores inviabilizaria a CPI processante. O bloco chegou a nove e caiu para 6, diante da demora no cumprimento dos acordos costurados pelo líder de governo na Câmara, Marcos Alex e do secretário de Governo, Pedro Chaves. A situação leva a deduzir que Bernal não acreditava na votação ou jogou todo o peso na via judicial, em que foi derrotado em última instância.
No meio da cova de leões, sem maioria, Bernal nao poderia, em momento algum vacilar no campo administrativo, com erros sucessivos como a redução dos índices do duodécimo e questionamento de contrato de serviços essenciais sem alternativas inteligentes.
Bernal não tinha dimensões da rede de interesses que estava mexendo, fato que o obrigava a costurar o campo popular e uma maioria na Câmara, sem falar na renovação do quadro de confiança ligadas a ex-administração. Entrou em campo e trocou os jogadores, quando muitos o técnico. Ficou então cercado de adversários, dentro e fora das secretarias.
A conquista do executivo, em hipótese alguma, é a conquista do poder, mais de uma fração do poder. A vontade do Rei nem sempre é imperativa.
Nesta trajetória de ego e alter rego a situação de Bernal ficou mais grave em razão da dificuldade de trabalhar em equipe, estruturar uma equipe competente já na fase de transição, capaz de elaborar cenários, o plano B e as prioridades em todas as áreas da administração, desmontando por dentro, a médio prazo, os vícios seculares herdados da ex-administração.
Tudo isso, aliado a capacidade de estruturar uma nova forma de governar com os setores organizados da sociedade e a comunidade, como o orçamento participativo, capaz de aumentar a pressão popular sobre o legislativo municipal e fazer a fórceps construir uma maioria.
A desconfiança nos pares e aliados, somada a demora nas decisões de governar, generosamente, inviabilizou a construção de um bloco majoritário, pois com 10 vereadores inviabilizaria a CPI processante. O bloco chegou a nove e caiu para 6, diante da demora no cumprimento dos acordos costurados pelo líder de governo na Câmara, Marcos Alex e do secretário de Governo, Pedro Chaves. A situação leva a deduzir que Bernal não acreditava na votação ou jogou todo o peso na via judicial, em que foi derrotado em última instância.
No meio da cova de leões, sem maioria, Bernal nao poderia, em momento algum vacilar no campo administrativo, com erros sucessivos como a redução dos índices do duodécimo e questionamento de contrato de serviços essenciais sem alternativas inteligentes.
Bernal não tinha dimensões da rede de interesses que estava mexendo, fato que o obrigava a costurar o campo popular e uma maioria na Câmara, sem falar na renovação do quadro de confiança ligadas a ex-administração. Entrou em campo e trocou os jogadores, quando muitos o técnico. Ficou então cercado de adversários, dentro e fora das secretarias.
A conquista do executivo, em hipótese alguma, é a conquista do poder, mais de uma fração do poder. A vontade do Rei nem sempre é imperativa.
Fica aos súditos fiéis a revolta dos eleitores que depositaram em Bernal a esperança de renovação. Resta saber como o sentimento do eleitorado vai ser traduzido nas eleições deste ano, pois uma ação corresponde uma reação.
Fica o Olarte o desafio de Governar tendo em mente a construção de uma raia própria, capaz de não se tornar refém das velhas raposas políticas e de pavimentar seu projeto de reeleição, em meio a outros interessados, sem perder o apoio de parte da bancada federal e as valorosas cifras dos recursos da União.
Neste cenário, a sociedade deve ficar atenta para que as ondas de deposição do ex-presidente paraguaio, Fernando Lugo, não se torne lugar comum nos legislativos sul-mato-grossense ou brasileiro.
Fica o Olarte o desafio de Governar tendo em mente a construção de uma raia própria, capaz de não se tornar refém das velhas raposas políticas e de pavimentar seu projeto de reeleição, em meio a outros interessados, sem perder o apoio de parte da bancada federal e as valorosas cifras dos recursos da União.
Neste cenário, a sociedade deve ficar atenta para que as ondas de deposição do ex-presidente paraguaio, Fernando Lugo, não se torne lugar comum nos legislativos sul-mato-grossense ou brasileiro.
Aqui passamos por uma versão paraguaia que acende o sinal vermelho dos limites da democracia representantiva e o jogo de interesses não confessados pela mídia.