Por sucessivos Governos a classe média brasileira vota
errado e paga um preço alto por isso. Pesquisa da Data Folha mostra que um percentual
expressivo da sociedade favoráveis a manifestação tem renda superior a cinco salários
mínimos. Outro percentual significativo, com renda até dois salários mínimos é
contra os protestos, somados aos mais idosos.
O sociólogo Paulo Cabral, em entrevista concedida no
programa Noticidade, da FM Cidade, na segunda feira, resgatou que foi a classe
média tradicional Brasileira que elegeu Collor de Mello e pagou com o confisco
da poupança. Depois apostou em Fernando Cardoso e amargou mais de oitos anos de
achatamento salarial e perdas de direitos, depois, uma parte, elegeu Lula e começou a dividir espaço com os mais de 30
milhões de brasileiros que saíram das classes D e E.
Além de ser
penalizada com um imposto de renda agressivo, com alíquotas de até 30% da renda, empurrada por aumentos históricos do salário mínimo, preços abusivos nos combustíveis, ela teve que dividir as ruas com mais automóveis com a democratização do crédito, os
espaços nos aviões, os aeroportos e até as compras em Nova York ou os passeios
na Disneylândia.
Perdeu também o privilégio de usufruir a totalidade das vagas nas universidades públicas, pois com a instituição das cotas perdeu 50% das vagas. Mais a gota d’água, na opinião de Paulo Cabral, foi a nova regulamentação do trabalho das empregadas domésticas, rompendo um ciclo de trabalho semiescravo, gerando demissão e a incorporação das atividades domésticas, anti relegadas a trabalhadores de segunda classe.
Perdeu também o privilégio de usufruir a totalidade das vagas nas universidades públicas, pois com a instituição das cotas perdeu 50% das vagas. Mais a gota d’água, na opinião de Paulo Cabral, foi a nova regulamentação do trabalho das empregadas domésticas, rompendo um ciclo de trabalho semiescravo, gerando demissão e a incorporação das atividades domésticas, anti relegadas a trabalhadores de segunda classe.
Após várias tentativas de emplacar a bandeira de combate a
corrupção pela internet, com atos esvaziados, este
segmento da sociedade se apropriou de bandeira legítimas do movimento popular:
o passe livre e as desocupações de áreas para obras da Copa do Mundo,
principalmente em torno do Maracanã e o Mineirão.
Por meio de sistema de comunicação horizontalizada,
patrocinada pelas redes sociais, criou uma identidade com as demandas
reprimidas historicamente: saúde, democratização nos meios de comunicação,
contra a PEC 37, combate a homofobia, transparência do Estado, punição severa a
corrupção.
Um exemplo disso é que em Campo Grande boa parte dos organizadores redes do Facebook são alunos de escolas privadas.
Um exemplo disso é que em Campo Grande boa parte dos organizadores redes do Facebook são alunos de escolas privadas.
Os movimentos de rua dos jovens com uso de tecnologias como Android, Apple, Instagram, pegaram os
Governos Federais e Estaduais, os partidos políticos, tanto de esquerda, como centro e direta, e as organizações formais
da sociedade de calça curtas e coloca na agenda uma nova forma de organização, atropelando as formas tradicionais de se fazer política.
Sem lideranças personalizadas, apartidária, a classe média, endividada, não vê suas reivindicações contempladas nem mesmo pelo PT, agregou os mais diversos setores da sociedade, inclusive os mais atrasados, de integralista, a marginalidade acuada com a ação ostentiva dos policiais nos redutos da criminalidade, ao agronegócio que defende a continuidade da expropriação das terras indígenas.
Sem lideranças personalizadas, apartidária, a classe média, endividada, não vê suas reivindicações contempladas nem mesmo pelo PT, agregou os mais diversos setores da sociedade, inclusive os mais atrasados, de integralista, a marginalidade acuada com a ação ostentiva dos policiais nos redutos da criminalidade, ao agronegócio que defende a continuidade da expropriação das terras indígenas.
O crescimento das mobilizações foi apropriado pelos grandes
conglomerados econômicos da comunicação que agora tentam, mais uma vez, fazer a
pauta política do Executivo e do Legislativo, mesmo também repudiados.
No mais a “geração Coca Cola”, explodiu, tem pressa e
propostas, mesmo sem entender direito o
funcionamento dos poderes formais, inverte a lógica da pauta política, faz políticos trabalharem e os Governos a
reverem suas agenda políticas e
prioridades.
Parafraseando o jornalista Paulo Henrique Amorim chegou a hora
do Governo Dilma refletir sobre a política econômica de “ser mãe dos ricos e
pai dos pobres”.
Tem o desafio de fazer as reformas necessárias, mesmo sem for preciso
convocar consultas populares e rever a
política de enforcamento da classe média, dotando as cidades de estruturas
necessárias para que o País reduza o seu IDH.
Para tanto, terá coragem de meter o dedo na ferida e colocar na pauta o imposto sobre fortunas, reduzir impostos indiretos como o ICMS rever a política de renuncia fiscal para os grandes grupos econômicos.
Para tanto, terá coragem de meter o dedo na ferida e colocar na pauta o imposto sobre fortunas, reduzir impostos indiretos como o ICMS rever a política de renuncia fiscal para os grandes grupos econômicos.
A Receita está nas ruas, basta ter habilidade, sintonizar as
demandas e governar para a maioria.
O autoritarismo não pode
substituir a democracia. Em tempo, sugiro que assistam o filme "Chovem em Santiago", pois a classe revoltada é a mesma.