É salutar para a
democracia os protestos de 15 de Março. Agora não dá para agradar gregos e troianos. Em que pese meia dúzia
de bandeiras propositivas ficou marcado ódio contra o PT, Lula
e Dilma e protesto daqueles que ainda não aceitaram a derrota
nas urnas.
Alimentados pelo cenário verde amarelo da Globo,
sonegadora oficial de impostos e há três meses sem
anúncio publicitário do Governo, de forma tendenciosa ela assume o comando das mentes de milhões de brasileiros, com o respaldo das rede
comunicação concessionada do Estado, cuja as outorgas deviam ser revistas e se arrastam aos de Chumbo. Afinal a mobilização de domingo foi amplamente apoiada pela mídia, por horas e horas de
programação, enquanto as manifestações
de 13 de março solapas em flashes rápidos e números
abaixo do real.
Nos protestos vi muita
gente bonita, a maioria branca, cabelos sedosos e com luzes,
celulares de última geração, motos acima de 250
cilindradas, veículos camionete e caminhões, boa parte
financiados pelo Banco Brasil a juros subsidiados.
A cara do povo sofrido,
negros, tranvestis, mulheres com a cara surrada pela proeocupação, rasgadas pelas rugas de ano de exploração e má remuneração, estavam ausente. Elas sim poderiam bater panela, mas boa parte agora
tem emprego e conseguem manter sua dignidade, mais ainda ressentem a da mão do Estado no bom atendimento e educação, com igualdade de oportunidade.
A nova clásse
média dá o grito, e com toda razão. Chegou o
momento histórico de se discutir o financiamento do Estado e
aí está missão Congresso, onde a mesma elite é
maioria, e duvido que queiram mudar mesmo as regras da democracia ou
pesada carga tributária, pois há 15 anos, esta matéria
tramita na Câmara dos Deputados e no Senado.
Mais uma vez, o
protesto tem o lado bom,a oportunidade, da Presidenta
Dilma jogar a responsabilidade de colocar o bode na sala do
Congresso,vistos que as principais reformas necessárias para mudar a face justa do País e combater a corrupção, estão engavetadas após as jornadas de julho.
Além disso, cabe a equipe de Governo outro desafio, construir novos parâmetros
para a construção da Governabilidade, calcada em uma
agenda política, pois a feita com o PMDB já esgotou,
pois a legenda flerta de dia com o Governo e por baixo articula o
golpe branco, na tentativa de colocar Michel Temer no comando da Nação, em conluio com a
Maçonaria.
Para sobreviver, além
das ditas reformas, o Governo petista tem que restabelecer uma nova
base de apoio e alianças, pois até o momento as medidas
adotadas sacrificam os trabalhadores e poupam os especuladores e os
grandes grupos econômicos, por meio de renúncias fiscais
bilionárias e empréstimos a juros baixos e a longuíssimo
prazo.
Agora chegou de fazer a
lição de casa, restabelecer os compromissos com
sem-teto, sem-terra, demarcar as terras indígenas, investir
maciçamente na educação, por fim ao fator moderador, reduzir os juros, aumentar o valor do salário mínimo, inverter a lógica
perversa de cobrança de imposto, alem de usar os aparatos de fiscalização do Estado para prender quem sonega e desvia dinheiro do Estado, sem o jeitinho brasileiro.
O compromisso do
Governo Dilma, a partir de agora, tem que ser com quem a elegeu. Os
outros, são outros e só.