Estamos vendo um espetáculo inusitado nas transmissões do
julgamento do pedido de cassação da Chapa Dilma e Temer. Tudo parece ser um
grande palco de simulação, em que as declarações dadas em outrora não servem
mais, ao velho estilo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso que disse: “esqueçam
o que escrevi”. Neste caso, mas especificamente do Ministro Gilmar Mendes,
comparando, esqueçam o que disse, com a agravante, sob o mesmo processo.
Por meio de espetáculos midiáticos sentimos o peso de um dos
pilares da democracia, o Judiciário, entralhar-se nas suas contradições,
mostrando que pouco ou nada tem de diferente em relação ao poderes Executivo e Legislativo. Com a diferença que este dois
últimos poderes, a cada 4 anos, são submetidos ao sufrágio universal, enquanto a Corte Suprema tem o privilégio da vitaliciedade
e quando muito, em casos de desvios de conduta, seu membro punido com uma pomposa aposentadoria.
Neste contexto fica visível a velha teoria da Escola de
Frankfurt de que o judiciário é mais dos aparelhos da classe dominante, assim, com a mídia, reproduzindo a sua ética e o papel de aparelho ideológico do poder econômico.
O Judiciário, poder vital para a sociedade, no tabuleiro do jogo de classe, agora preza pela harmonia com a corrupção, onde a linha condutora de autonomia, independência e imparcialidade, mergulha nos interesses corporativistas e cartorial, num momento vital deixa transparecer suas chagas, privilégios e
arranjos políticos, levando o cidadão comum, que financia todo o espetáculo,
perplexo diante do jogo do poder a qualquer preço onde só resta ao cidadão, colocar um nariz de palhaço,
cético diante de leis que mudam de sentidos e significados de acordo
com a conveniências políticas.
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